Terry McKenna, Tour Manager da Association of Professional Bodyboarders, entidade organizadora do Circuito Mundial de Bodyboard, refere que a modalidade está em crescimento, apesar do grande desafio que enfrenta: o seu financiamento. Com as grandes mudanças introduzidas este ano no World Tour, a APB espera reduzir custos e potenciar o espetáculo.

Entrevista cedida por Surf Clube de Viana/Shark News 

Portugal é o país que realiza o maior número de provas do World Tour. A que se deve esta forte participação portuguesa? 

O apoio que Portugal dá ao desporto é incrível. Eu acho que a APB World Tour é um ótimo veículo de promoção mundial para qualquer região. Na medida em que o custo/benefício de organizar um evento é sem dúvida proveitoso e difícil de bater, o retorno que se obtém é vantajoso. O facto de na Federação existir uma forte representação de bodyboarders também ajuda.

“A América do Sul e a Europa são as novas superpotências da modalidade”

O conceito de World Tour nasce, em 1994, quando Viana do Castelo recebeu a primeira competição de bodyboard fora do Havai. Este ano, foram introduzidas grandes mudanças no circuito. Quais são os principais resultados esperados com estas alterações? 

Este ano o Circuito Mundial foi dividido em dois níveis, à semelhança do WSL: um circuito Grand Slam e depois o QEST Tour. Esta divisão foi criada principalmente para reduzir os custos associados a viajar ao redor do mundo para conquistar um título mundial. Também o formato de competição usado no Grand Slam foi mudado, para permitir mostrar as performances de alto risco e possibilitar aos atletas de topo uma ampla oportunidade de mostrarem as suas habilidades.

“Precisamos de mais apoio financeiro para alcançar os nossos objetivos”

O bodyboard tem vindo a crescer mundialmente? 

Está a crescer em regiões onde não estaríamos à espera, como a Índia que, este ano, vai enviar um grande contingente para Portugal. A América do Sul e a Europa são as novas superpotências da modalidade, sempre com um grande número de representantes. Quanto à divulgação dos eventos através dos media, a APB regista números incríveis de assistência. Em Arica, este ano, o resumo do último dia do evento de bodyboard teve 10 vezes mais visualizações que o evento WSL, organizado no mesmo local. O bodyboard ainda é o gigante adormecido dos desportos de ação.

Quais são os grandes desafios que a APB enfrenta bem como o bodyboard? 

Financiamento. Nós só precisamos de mais apoio financeiro para alcançar os nossos objetivos, mas encontrar esse dinheiro é mais difícil do que se possa imaginar.

“O bodyboard ainda é o gigante adormecido dos desportos de ação”

O surf será desporto olímpico em Tóquio 2020. O bodyboard também pretende ser modalidade olímpica? Que diligências estão a ser tomadas? 

Neste momento, estamos a conversar diretamente com a ISA – International Surfing Association e o COI – Comité Olímpico Internacional sobre este assunto. Estamos esperançados que, em 2024, o bodyboard seja incluído como uma modalidade de demonstração.