JOEL RODRIGUES, ATLETA DO CLUBE NAVAL POVOENSE DE 18 ANOS. É UM NOME SOBEJAMENTE CONHECIDO PARA QUEM ACOMPANHA A COMPETIÇÃO, ESPECIALMENTE ENTRE AS CAMADAS MAIS JOVENS ONDE TEM VINDO A SAIR VITORIOSO ANO APÓS ANO. EM 2022, COM GRANDE ESTRONDO, ARRECADOU O PRIMEIRO TÍTULO NACIONAL OPEN. EIS O QUE NOS CONTOU NOS PRIMEIROS DIAS DESTE NOVO ANO.


Bom dia, Joel. Que mudou na tua vida após a conquista do Nacional Open? 

Joel Rodrigues: Não mudou praticamente nada, apenas deu-me mais motivação e confiança para seguir em frente e acreditar que é possível atingir todos os meus objetivos. 

Era um objetivo pessoal vencer o Open em 2022 ou apenas aproveitaste o balanço dos bons resultados?

JR: Era um dos objetivos traçados para 2022, mas não era o principal, principalmente depois da primeira etapa do circuito não ter corrido nada bem e ainda saber que também não ia estar presente na penúltima etapa uma vez que coincidia com a última etapa do mundial no Frontón. Fiquei a pensar que era praticamente impossível ainda atingir o título. Cheguei a Leça da Palmeira a saber disto, sem qualquer tipo de pressão, apenas focado em surfar bem e vencer a prova. Dias antes da última etapa nos Supertubos, o Miguel Adão lesionou-se e não conseguiu marcar presença. Aí fiquei a saber que apenas dependia de mim. Mantive a mesma atitude que tive em Leça, mas sempre a acreditar que ia vencer. 

“Tivemos condições de prova muito boas, etapas com boas ondas e um live stream incrível”

Que balanço fazes do Nacional em 2022? Aspetos positivos e aspetos a melhorar?

JR: Acho que foi um circuito bastante competitivo, até porque na última etapa ainda haviam oito candidatos ao título. Isso demonstra bem o nível que temos em Portugal, embora gostasse de ver ainda mais gente nas praias e a competir. A Bboardtv, mais uma vez, fez um grande trabalho e desde já aproveito para agradecer por tudo que está a fazer por este desporto. Tivemos condições de prova muito boas, etapas com boas ondas e um live stream incrível. O único ponto a melhorar é o facto das datas do circuito coincidirem com as datas do circuito mundial, o que, na parte que me diz respeito, obrigou-me a faltar à terceira etapa para estar presente na última etapa do mundial. 

E qual foi a etapa que mais te marcou e aquela que fizeste as melhores ondas?

JR: Sem dúvida, a etapa que mais me marcou foi a dos Supertubos, pois foi a etapa decisiva, onde houve heats muito tensos e muitas emoções à flor da pele. Porém, sinto que foi em Leça da Palmeira que mais me destaquei e surfei melhor. Estava sem pressão nenhuma e entrei em todos os heats sempre com um surf arriscado e progressivo, também foi onde tive aquela meia final muito emotiva.

“Sinto que foi em Leça da Palmeira que mais me destaquei e surfei melhor”

A teu ver, que atletas gostas de observar e têm capacidade para alcançar o título nacional? 

JR: Os atletas que mais gosto de ver são o Manuel Centeno, Daniel Fonseca, Miguel Adão, Dino Carmo e o Ricardo Rosmaninho pela experiência e maturidade que apresentam a competir. Estou sempre a aprender com eles. Qualquer um deles pode chegar ao título este ano, principalmente o Ricardo que nos últimos anos têm andado sempre no topo. 

E sobre o futuro, que atletas poderão dar cartas e lutar por vitórias em etapas?

JR: Há vários atletas também a despontar, mas vou referir dois nomes que acho que vão dar cartas: o Rodrigo Lopes e o Pedro Grácio. Tal como eu, são jovens que tem vindo a mostrar que mais tarde ou mais cedo vai chegar o dia deles. 

“Neste momento o meu objetivo principal passa por renovar o título nacional”

Este ano, vamos ter um Joel focado na renovação do título ou a lutar novamente pelo mundial pro junior?

JR: Este ano, como em todos e como todos os campeonatos em que entro, estou focado e só penso na vitória, mesmo que ela esteja longe. Neste momento o meu objetivo principal passa por renovar o título nacional Open. Já nível mundial, que está cada vez mais competitivo, será o meu primeiro ano na divisão Open. Em termos de pro junior ainda não há certezas, depende se irão prolongar por dois anos a idade da categoria, tal como fizeram em algumas provas de surf, devido à situação da pandemia. xxx

Fotos: Arquivo Pessoal & CNBBOCA