O nome Tânia Muxima pode parecer desconhecido para muitos, mas trata-se de um dos membros da resiliente e atirada comunidade de bodyboard figueirense.

Atualmente mais afastada da cena do boogie, há vários anos que Tânia adoptou a bicicleta como a sua nova ferramenta de aventuras. Foi precisamente numa aventura de bicicleta na Indonésia, também em busca de ondas, que percebeu que os dois não eram 100% compatíveis. Vai daí, não hesitou, escolheu a bicicleta para ver o Mundo. 

Depois de ter cruzado (a pedalar) África, América do Sul e países como Cazaquistão, Quirguistão, Nepal, Sumatra, Tailândia, Malásia e Irão, entre outros, eis que foi a vez de cruzar Portugal pela primeira vez – o ponto mais a Norte, a Sul, a Este e a Oeste, o ponto mais alto e o mais central. Foram 1420 quilómetros durante 16 dias, que nem temporais nem fortes chuvadas demoveram. 

O desafio chama-se Portugal Divide, foi criado por um grupo de bikepackers e Tânia usou-o como “pretexto” para viajar em Portugal, onde, segundo a própria, nunca tinha pedalado a valer. Além de poder ver a beleza do país e sentir em primeira mão a hospitalidade do povo português, Tânia Muxima viajou sempre acompanhada de uma tenda que usou para pernoitar nas várias localidades que foi cruzando ao longo do percurso. 

O tempo livre para as suas aventuras e desafios vem da sua peculiar abordagem à vida. Atualmente trabalha quatro meses por ano num refúgio de alta montanha na Suíça, ficando com os restantes oito meses para viajar. Como não paga casa nem comida no trabalho, tenta poupar ao máximo.

“Se trabalhasse muito, tinha muito dinheiro para as poucas coisas que queria comprar. Comecei a pensar que mais importante do que ter esse dinheiro era ter o tempo para gastar o pouco dinheiro que iria ganhar”, explicou ao Jornal Público.

Tânia Muxima tem 45 anos e há sensivelmente dois anos deu a volta à Islândia em trotineta. Prefere viajar de bicicleta por uma questão de autonomia. xxx

Reportagem completa aqui.