O Itacoatiara Pro já terminou, mas a polémica que envolveu o havaiano Tanner McDaniel e os brasileiros Matheus Bastos, Marcelo Santos e Igor de Almeida continua a dar que falar (ler aqui).

Hoje, em entrevista à australiana Riptide, o hexa campeão mundial, Guilherme Tâmega, partiu em defesa dos “groms” brasileiros e relembrou um dos episódios que teve lugar numa das edições do Sintra Portugal Pro com o australiano Ben Holland: 

“Não, não acho que tenha sido justo o que aconteceu com Tanner. Eu não acho que seja justo de todo ficar a marcar durante o heat. Não acho que seja justo quando os juízes dão uma má nota. Não acho que seja justo quando uma pessoa perde quando não deveria perder. E não acho que seja justo quando os melhores atletas perdem sem chegar à final. Mas não estamos a falar de justiça, estamos a falar do mundo real da competição. 

O que aconteceu com o Tanner eu não aprovo. Nunca ensinei isso aos miúdos, mas eles vão acabar por se juntar e fazê-lo. É uma estratégia para passar o heat e eles podem usá-la (dentro das regras). Portanto, usaram-na. 

Infelizmente para eles, o episódio passou em direto na internet, causou alguma controvérsia e muitas pessoas falaram disso. No entanto, o que os miúdos fizeram não foi a pior coisa que já vi em competição. Já vi bem pior ao longo dos anos e todos os atletas concordarão comigo. 

Em Portugal, num heat que disputei com Ben Holland, tive que correr pela areia para fugir dele. O Ben tinha a prioridade e estava em cima de mim. Portanto, tive que sair da água e correr para outro pico pela beira-mar. Mesmo numa situação de prioridade não estamos livres de alguma forma de estratégia. Acontece na WSL, nos ‘QS, em todo o lado. O líder senta-se ao lado do adversário e não o deixa apanhar uma onda nos últimos minutos do heat. Isso vai sempre acontecer.”