Bali, a Ilha dos Deuses, como é conhecida, é um lugar fantástico e guarda algumas das melhores ondas do planeta. No entanto, a enorme procura turística tem vindo a ameaçar algumas das suas ondas de excelência.

É que, para dar resposta ao fluxo de turistas que tem vindo a ser cada maior, o ramo hoteleiro tem vindo a construir novos hotéis e resorts em várias zonas da ilha. No sul, por exemplo, em Nusa Dua, é onde se verifica atualmente o maior crescimento turístico e por conseguinte também o maior desenvolvimento na construção. 

De tempos a tempos surge um novo resort sobre uma falésia ou escarrapachado numa das suas paradisíacas praias. A costa está irreconhecível, referem os locais, e como todos os hotéis querem oferecer algo de diferente e único, por vezes as aberrações acabam por ter lugar. 

Na onda de Nikko, outrora um dos segredos mais bem guardados da ilha, foi construído um pontão em pedra mar adentro, quase até ao pico. O objetivo foi construir um passadão onde os turistas pudessem caminhar, mas que mesmo tempo também criasse uma espécie de porto de abrigo. O spot ficou arruinado por completo. 

As imagens em cima atestam bem a qualidade da onda, como era antes… e de como se encontra agora, claramente limitada. O dinheiro e os interesses turísticos parecem estar a levar a melhor, o que não deixa de ser triste uma vez que a beleza natural da ilha e toda a sua cultura estão a ficar muito afastados dos seus padrões. 

Construção legal ou ilegal? Para já ninguém sabe responder, pois as tramas da burocracia e a desorganização do sistema indonésio são mais extensas do que se poderia pensar. 

No entanto, o autor tem um nome, trata-se do Kempinski Hotel. Fixem o nome e, se possível, façam-nos um favor: boicotem-no numa próxima ida ao paraíso.