O Circuito Nacional de Bodyboard Open e Feminino 2025 avançou para Peniche, a Capital da Onda, nos dias 8 e 9 de novembro, para realizar a última etapa do ano – o Peniche Bodyboard Meeting.
O Peniche Bodyboard Meeting foi a última etapa do Circuito Nacional e encerrou de vez as contas dos respetivos rankings nacionais, quer no Open quer no Feminino. Organizada pelo Peniche Surfing Clube, em parceria com a Câmara Municipal de Peniche, o Centro de Alto Rendimento de Penichee a Federação Portuguesa de Surf, a prova registou ondas absolutamente épicas, em especial no primeiro dia, sábado, com o Molhe Leste a vestir-se de gala para os bodyboarders. Há muito que não se via um campeonato por aqui.

Em ambas as categorias a corrida ao título estava acesa e bem viva, mas, no Open, Daniel Fonseca levava alguma vantagem uma vez que liderava a tabela com duas vitórias (Sta. Cruz e São Jacinto), enquanto no Feminino Teresa Padrela e Luana Dourado dividiam a liderança do ranking, registando os mesmos pontos, assinalando uma vitória cada (Luana venceu em Sta. Cruz e Teresa em São Jacinto).

À medida que as horas iam passando e a maré começava a meter água, o conhecido e sempre procurado “wedge” (cotovelo) da península de Peniche ganhava forma e parecia melhorar a cada entrada de set. A previsão indicava a entrada de uma nova ondulação e mais energia para a tarde, e foi o que se veio a verificar para gáudio dos competidores.

No Open, Rodrigo Lopes foi um dos atletas que mais se destacou. Ainda no Round 1, assinalou um dos maiores scores combinados da jornada (16,75 pontos) e uma onda de 9,00 pontos que encheu o olho aos espetadores.

Mais tarde, no Heat 5 do Round 1, verificou-se um dos heats mais disputados, impróprio para cardíacos. Vicente Campos, que há uma semana arrecadou o primeiro título europeu júnior, mostrou-se em grande forma e debitou 15,60 pontos de pontuação final. Fez um ARS bem soltinho e perfeito que valeu 8,25 pontos.

Com um par de 7,00 pontos, Daniel Fonseca conseguiu gerir a passagem à fase seguinte em segundo lugar, enquanto Matias Baço, jovem bodyboarder da Zambujeira do Mar, terminou no terceiro posto, sendo assim afastado da quadro competitivo. Ficou um sabor amargo, pois Baço assinalou a onda mais pontuada do heat – um invert fantástico ao qual foi premiado com 9,00 pontos – e mesmo assim não conseguiu a qualificação devido ao back up curto de 3,25 pontos. Silvano Lourenço, antigo campeão europeu e um dos clássicos de Peniche, acabou em quarto lugar.

Na primeira ronda do quadro feminino, a destacar o desempenho de Luana Dourado, que assinalou ondas de 8,50 e 7,50 pontos (pontuação de 16,00 pontos) e sem grande surpresa avançou para as meias-finais.

No Round 2, Rodrigo Lopes, com uma nova onda de 9,00 pontos, continuou a esbanjar show de bodyboard. Destaque também para David
Vedor (7,25 pts), Rodrigo Rijo (8,25 pts) e Hélio Conde, o “Laranja”, que revelou, uma vez mais, conhecer bem os cantos à casa, assinalando o score mais alto até então (17,00 pontos), com ondas de 9,75 (um invert incrível) e 7,25 pontos. Sem dúvida, foram alguns dos atletas mais interessantes de acompanhar.
Daniel Fonseca, entretanto, sentiu dificuldade em dar resposta a um frenético e absolutamente “on fire” Fábio Farricha, que dominou de uma ponta à outra, e a um super calmo mas confiante Miguel Ferreira; não conseguiu alcançar os lugares de qualificação no último heat dos 1/4 de final (round 2) e acabou em terceiro lugar, afastado da competição. Ainda assim, conseguiu somar os pontos necessários para sair campeão do ranking nacional Open pela quarta vez na carreira.
Só com a chegada das meias-finais, a maior pontuação combinada contaria com um valor mais alto, novamente por parte de um super motivado Rodrigo Lopes, que, embora estivesse meio combalido em termos de saúde e frescura física, não dava sinais de abrandamento no que toca a performance: 17,25 pontos, graças ao único 10 pontos da competição e uma segunda onda de 7,25 pontos.
Para a final feminina as contas eram simples e claras no que toca ao título nacional: Luana Dourada e Teresa Padrela estavam na luta, mas, uma vez que se encontravam em igualdade pontual à partida para esta etapa, quem assinalasse o melhor resultado acabaria por alcançar o caneco.


Onda após onda, verificando-se várias alternâncias na liderança com o passar do tempo, foi Luana Dourado quem acabou mesmo por vencer este Peniche Bodyboard Meeting, apesar da boa oposição e resposta de Teresa Padrela e até de Maria Padrela nos minutos iniciais. A jovem atleta nortenha, que se sagrou campeã europeia há uma semana, assinalou mesmo a melhor onda da final (7,00 pontos) e acabou por registar o segundo título nacional consecutivo.
Luana Dourado (Clube Naval Povoense) 11,50 pts – Campeã Nacional 2025
Teresa Padrela (Aqua Carca) 11,00 pts – Vice-campeã Nacional 2025
Maria Padrela (Aqua Carca) 9,50 pts
Maria Inês Saldanha (Aqua Carca) 4,40 pts

No masculino a história da final não foi diferente. O heat registou alguma escassez de ondas, não entraram muitos sets, refira-se, e, embora tenha acabado por ser muito competitivo e disputado, contando também com várias alterações na liderança, foi Miguel Ferreira que, com uma onda de 8,50 pontos, acabou por fazer a diferença e assim ganhar a prova. No final ficou a sensação que ficou a faltar um bom back up para todos.
Miguel Ferreira (Aqua Carca) 14,00 pts
Ricardo Rosmaninho (Clube Naval Povoense) 13,25 pts – Vice-campeão Nacional 2025
Rodrigo Lopes (Aqua Carca) 11,50 pts
Hélio Conde (Peniche Surfing Clube) 10,35 pts

Uma última palavra para salientar a estrutura incrível montada pelo Peniche Surfing Clube, em pleno areal o que nem sempre é fácil e nem sempre é possível de colocar em prática, as ondas fantásticas que rolaram ao longo do fim de semana e o esforço que se verificou em proporcionar as melhores condições possíveis aos atletas.
Isto é algo que é sempre de louvar e de incentivar. O Bodyboard e os bodyboarders agradecem.
Fotos de Nuno Leitão “Batata”, João Vinagre & Peniche Surfing Clube
