Manuel e Lídia Nascimento são os grandes responsáveis pela Kogia, marca que tem vindo a conceber incríveis troféus para campeonatos de Surfing. Aproveitando a forte atividade dos últimos tempos, aproveitámos para ter uma amena cavaqueira onde estes nos revelaram o que os move no meio.
Primeiro que tudo, falem-nos um bocadinho do vosso “background”, de qual é a vossa ligação ao Oceano e quem é, no fundo, a Kogia?
Por trás da Kogia está a Lídia e o Manuel Nascimento, um casal que há muito anos partilha a paixão pela vida, pelo mar e pela arte, e que decidiu aliar os conhecimentos adquiridos ao longo de anos no trabalho em madeira, ao desenho, que deixou de ser em papel e passou a ser de “tatuagens” na madeira, para produzir troféus personalizados e sustentáveis. Uma vez que o mar sempre fez parte das nossas vidas, isso acabou por ser um processo natural.
Como surge a ideia de fazer troféus inteiramente personalizados e muito especificamente para o Surfing?
Em relação a fazer troféus para o Surfing, acontece que estamos desde sempre ligados ao mar e aos desportos de ondas. Era habitual em campeonato assistirmos à entrega de troféus de uma modalidade diferente da que estava a ser premiada, talvez por haver falta de opções. Foi então que achámos que podíamos fazer algo diferente do que se via habitualmente e específico para a modalidade em causa.
“A onda vai-se formando à medida que vai sendo esculpida, não existindo um plano inicial exatamente definido para o resultado final”
Os troféus feitos para o QS3000 que teve lugar em Santa Cruz, primeiro e segundo lugares, estavam fabulosos. Quantas horas de trabalho estão envolvidas no processo e que tipo de técnica foi usada?
Obrigado! Desde o primeiro passo até estarem finalizados, estes troféus demoraram, cada um, mais de 40 horas. A onda vai-se formando à medida que vai sendo esculpida, não existindo um plano inicial exatamente definido para o resultado final. Para nós isso também é entusiasmante, pois não sabemos exatamente como vai ficar e, tal como as ondas do mar, não há duas iguais. Como em todos os outros troféus, as técnicas utilizadas são as que já existem na marcenaria há séculos, adaptadas ao que pretendemos concretizar no momento.
De todos os troféus já feitos por vós, quais os que recordam com mais carinho?
Todos os troféus nos deram muito prazer a fazer. Escolhendo um, talvez o da Taça de Portugal de Surfing 2016. Por um lado, porque representa os campeões de uma nação – Portugal – e, por outro, porque não abrange só uma modalidade, pois não é a taça de surf ou de bodyboard, mas sim de Surfing, em que cada equipa é constituída por atletas de várias modalidades que lutam em conjunto para atingir o mesmo fim.
“A primeira coisa em que pensamos é numa onda, depois tentamos enquadrar o local e o tipo de prova”
Que tipo de madeira (ou de matéria-prima) gostam mais de trabalhar?
A madeira é a matéria-prima que utilizamos por excelência. Todos os nossos troféus, bem como todas as outras peças, são produzidos em madeira. O tipo de madeira é escolhido conforme a peça a produzir, o importante é que seja sustentável, tal como os restantes materiais que utilizamos. Todos os troféus são produzidos manualmente, um a um, num processo que não prejudica o ambiente e o produto final também é inofensivo. Mesmo que um dos nossos troféus vá parar ao mar, não causa danos aos animais marinhos, ao contrário do plástico, por exemplo.
Há alguma prova em particular que seja realizada no Mundo que gostassem de desenvolver os troféus?
Não, nunca pensámos nisso. Ficamos felizes sempre que querem os nossos troféus para um campeonato, seja ele qual for. Mas se a produção dos troféus implicar ir lá entregá-los pessoalmente, podemos escolher algumas provas pelos sítios onde são realizadas. (risos)
“Mesmo que um dos nossos troféus vá parar ao mar, não causa danos aos animais marinhos, ao contrário do plástico”
Em termos futuros, para onde caminha a Kogia e que pretendem alcançar?
O grande objetivo seria podermos dedicar-nos a este projeto a tempo inteiro. Em pouco tempo já chegámos muito mais longe do que estávamos à espera e esperamos continuar a avançar até onde nos deixarem ir, pois imaginação, dedicação e força de vontade não nos falta, mas é preciso que os troféus não fiquem só na prateleira cá de casa e aí dependemos dos clubes, organizadores, patrocinadores, etc. Há uma coisa que é impagável e é por esse momento que esperamos sempre – ver o sorriso na cara do vencedor quando recebe um dos nossos troféus, pois tem de o merecer para o ganhar, não pode ir a uma loja comprá-lo. Seja qual for o futuro da Kogia, é esse sorriso que queremos ver sempre, pois é esse sorriso que também nos faz sorrir.
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