Daniel Fonseca não é um nome desconhecido dos fãs do bodyboard. Ele é 3x campeão nacional open (2017, 2019 e 2020) e seguramente um dos melhores ativos do bodyboard luso desde há muito. Neste inicio de ano abraçou uma nova fase da sua carreira ao mudar de patrocinador de pranchas. Foi algo inesperado, mas eis o que nos contou sobre a mudança.


Fotos de lifestyle de Henrique Casinhas
Fotos de ação de Gorka Ezkurdia & Marco Gonçalves
Foto drone de Hélio António

Para começar, diz-nos como tem sido a temporada de ondas até ao momento e que sessões destacarias?

Daniel Fonseca: Desde já obrigado por este espaço. Este ano arrancou a toda a velocidade e com muita coisa a acontecer. Além do bodyboard, estou com vários projetos pessoais e profissionais ligados à engenharia e construção. E um dos projetos que mais me tem dado prazer trabalhar é nesta nova parceria com a GT Boards. O tempo não tem sido muito para surfar, mas quando as previsões se alinham tento estar na praia à procura das melhores ondas. Destaco a sessão de Molhe Leste no dia 17 de fevereiro que contou com ondas de 2 metros, com muita força e perfeição. O nível na água estava elevado e deu para uma picardia com Hélio “Laranja” Conde. Também gostei bastante do fim de semana no Aveiro Invitational em São Jacinto.

“O título [nacional] será sempre um motivo de felicidade, mas não é o que me move”

A tua entrada na GT é uma das grandes surpresas deste inverno. Depois de tantos anos a representar uma marca, o que te levou a mudar para a GT Boards?

DF: Desde os 15 anos que andei com pranchas Deeply, mas a marca está a seguir outra direção e o material de bodyboard não faz parte dos seus planos. Continuo a representar a Deeply apenas nos fatos. Com esta mudança, surgiu a oportunidade de entrar e começar a representar outra marca de pranchas. Falei com várias pessoas, incluindo o responsável da GT na Europa. Rapidamente percebi que estávamos alinhados em termos de ideias para o futuro e em questões que valorizam e reconhecem o meu valor. Aceitei a proposta e fiquei logo em contacto com o Guilherme Tâmega que me deu total liberdade para desenvolver as pranchas com a GT Boards Europe. Sem perder tempo, começámos a desenvolver algumas ideias e desse trabalho resultaram estas novas pranchas.

“Fiquei muito feliz quando percebi que poderia criar as pranchas com que sempre sonhei”

Um modelo assinado por ti na GT será lançado em breve. Que importância tem para ti deter o teu próprio shape? Enfim, uma prancha que sirva as tuas características e exigências?

DF: Espera-se a chegada das pranchas ao mercado europeu durante o verão deste ano. Fiquei muito feliz quando percebi que poderia criar as pranchas com que sempre sonhei. Nos últimos anos sempre fiz pranchas custom e fui afinando algumas características que considerava importantes. Por norma, gosto de ter uma prancha mais “foguete” para dias de ondas mais tubulares e uma prancha mais versátil para condições de ondas mais fracas ou desordenadas. Com a GT afinei esses dois modelos de forma a que todos possam completar o seu quiver e usufruir das ondas da melhor forma

“Espero que seja um ano de crescimento, numa nova fase da minha vida, acompanhado agora pelas pranchas da GT”

A quem dirias então que o teu pro-model se destina e que estilo poderá servir melhor?

DF: No seguimento da pergunta anterior, o modelo DFX é uma prancha mais técnica, perfeita para andar de rail para rail. Quad concave, PP, mesh e stringer em carbono fazem dela uma prancha rápida e perfeita para os dias de Supertubos, por exemplo. O contour no deck (embossos) em X dão o nome à prancha e foram desenhados por mim, sendo única no mercado.

Já o modelo DF Retro é uma prancha com um shape mais largo, mais solta e perfeita para facilitar a execução das manobras com velocidade e projeção. De cores mais sóbrias e um estilo mais clássico é uma prancha perfeita para as surfadas do dia-a-dia. Double concave, 1 stringer de carbono, mesh e embossos para uma ergonomia perfeita.

“Com a GT afinei dois modelos de forma a que todos possam completar o seu quiver e usufruir das ondas da melhor forma”

O último dos três títulos nacionais conquistados foi em 2020. Já lá vão uns aninhos. Sabemos que não tens nada a provar, mas vencer o Nacional Open ainda é um objetivo pessoal?

DF: O título tem fugido por pouco nos últimos anos. Fui vice-campeão nacional em 2023. Contudo, sinto que mostrei sempre bom nível e dei um bom espetáculo. Vou continuar a competir no Nacional para ganhar e com pica para fazer as melhores notas do campeonato. O título será sempre um motivo de felicidade, mas não é o que me move. Se tudo se conciliar, estarei também presente no Circuito Europeu e na etapa do mundial das Ilhas Canárias.

“O tempo não tem sido muito para surfar, mas quando as previsões se alinham tento estar na praia à procura das melhores ondas”

O que reserva o futuro para Daniel Fonseca em termos de bodyboard? Mais viagens? Mais lançamentos de vídeos?

DF: Vou continuar a fazer viagens para surfar, de preferência acompanhado pelo meu primo Henrique Casinhas a fotografar. Espero em breve entrar na boat trip da GT na Indonésia. Deixo já aqui o convite para quem se quiser juntar ao grupo, estou a reunir bodyboarders que queiram entrar nesta experiência. Vou também continuar a desenvolver o trabalho dos últimos anos com os meus DF Training Camps. Este ano já estão garantidas duas edições, uma na Páscoa e outra no Natal. Em termos de vídeos, tenho um clipe que será lançado em breve. Espero, sobretudo, que seja um ano de crescimento, numa nova fase da minha vida, acompanhado agora pelas pranchas da GT. xxx