Ben Player nunca imaginou as ondas que o esperavam em Krui, no sudoeste da ilha de de Sumatra, Indonésia. Na verdade, era uma incógnita oscilante, bipolar dir-se-ia. O que o tri-campeão mundial de bodyboard ouvia falar sobre aquele pedaço costeiro variava entre o fixe (embora não épico) e o desapontante, o que só mexeu mais com as expectativas em torno daquele lugar.
Se dúvidas havia no íntimo de Player em relação ao potencial de Krui, essas tinham data marcada para a sua dissipação. Em maio, Player foi abordado pela Riptide para seguir numa viagem de dez dias com os cinematógrafos Ed Saltau e Dean Fergus e o fotógrafo Rod Owens com o objectivo de regressar à Austrália com uma história (e altas imagens!) daquela região.
Desconfiado de que conseguiria recolher imagens suficientes para um filme e uma matéria, o aussie lá seguiu viagem com a tropa. Ao princípio, as condições que encontrou assemelhavam-se aos relatos de amigos e conhecidos que já tinham estado por Krui. Mas quando nada o fazia prever, o mar virou, acusou o toque e Player desbravou a região sem descanso. Diz ele que nunca surfou duas vezes no mesmo sítio, apanhou altas ondas e arrisca mesmo afirmar que esta foi a viagem “mais bem sucedida que alguma vez fiz”.
O resultado está em Sumatrium, um vídeo de seis minutos e meio que desvenda toda a viagem e que prova que Krui é, afinal, um lugar a ter em conta no manual de viagens dos bodyboarders. A curta está disponível no site oficial de Ben Player por apenas 2.50€. Mas deixemo-nos de paleio, esse fica a cargo de Ben Player. Ora vejam lá se isto vos convence a dar uma olhadela no filme e, logo de seguida, a fazer as malas:
Refletindo sobre a viagem, não consigo compreender como é que as pessoas regressaram de Krui com o relato de que não apanharam altas. Não há crowd, os beach breaks parecem aqueles desenhos de ondas que fazíamos nos livros da escola em putos e os reef breaks têm sumo suficiente para nos saciar. A única razão que consigo imaginar para que as pessoas digam que não apanharam boas ondas é porque são verdadeiros guardiões deste destino turístico, que mantêm em segredo, guardado a sete chaves.
