O Sintra Portugal Pro 2016 teve um dia final apoteótico, com Alan Muñoz, Isabela Sousa, Dave Hubbard e Tanner McDaniel a serem coroados campeões com boas ondas, muito público na areia e grande espectáculo.

Para Alan Muñoz, campeão da divisão Open, foi o final perfeito para história digna de Hollywood: chegou à Praia Grande de táxi, directamente do aeroporto, praticamente no início da sua primeira bateria. Depois, venceu todas as suas baterias até triunfar, apropriadamente, hoje, Dia Nacional do Chile. Cereja no topo do bolo: foi a sua primeira vitória no circuito APB ao fim de quatro anos de participação.

“Estou muito feliz. Quase não cheguei a tempo pois, por falta de dinheiro, tive de comprar o bilhete de avião à última hora. Felizmente, tudo deu certo.”

Para arrecadar esta vitória histórica, Alan teve de bater nas meias-finais o favorito do público, o sul-africano Tristan Roberts, numa bateria incrível (17.90 contra 17.15) e depois, na final, ultrapassar Iain Campbell, quinto do “ranking” mundial, também da África do Sul.

Muñoz destacou a meia-final com Tristan Roberts como a bateria mais difícil de todo o evento: “O Tristan é um demónio na água e atirou-me com todo o seu arsenal. Pois a minha estratégia foi a mesma e também despejei todo o meu arsenal de surf. Felizmente, foi suficiente.”

Na divisão feminina, Isabela Sousa bateu a campeã portuguesa Joana Schenker na final (12,75-10,40) e juntou o título da etapa sintrense ao título mundial. Título que havia garantido dois dias antes ao vencer a meia-final com a portuguesa Teresa Almeida.

“Foi muito bom fazer a final aqui com a Joana. Ela é das mais perigosas competidoras do circuito e sabia que, nestas condições, com o mar mais pequeno, ela podia ganhar. Felizmente, consegui vencer e continuar com um registo muito especial, de ganhar o título mundial nos anos em que ganho Sintra”, congratulou-se a quatro vezes campeã mundial.

Por seu turno, Joana Schenker mostrou-se muito tranquila e satisfeita com o resultado: “Fui para esta final com o espírito de dever cumprido e muito tranquila. Mas é claro que quando estamos lá dentro queremos ganhar e fiz tudo para o conseguir. Foi renhido mas a Isabela é a melhor do Mundo e provou-o mais uma vez.”

A nazarena Teresa Almeida, que terminou a competição em terceiro lugar depois de vencer a campeã mundial de 2015, Alexandra Rinder, na final de consolação, assume que já só pensa na etapa da Nazaré, (2 a 11 de Outubro): “Obviamente, preferia estar na final, mas consegui pontos importantes para o meu objectivo, que é, neste momento, ficar em segundo lugar do Mundial. A etapa da Nazaré vai ser importantíssima pelos pontos em disputa e por estar a competir em casa.”

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Tanner McDaniel, campeão do futuro

Na competição Pro Júnior, o havaiano Tanner McDaniel, de 17 anos,  mostrou, mais uma vez, que é um valor a contar no futuro do bodyboard mundial, vencendo a final a quatro frente ao campeão mundial Sócrates Santana (Brasil), Bruno Martin (Espanha) e Diego Gomes (Brasil).

“Foi o meu melhor resultado de sempre em Sintra, pois nunca me dei bem com esta onda. Parece que, finalmente, isso está a mudar. Foi uma vitória importante pois permite-me ir à Nazaré no primeiro lugar do “ranking”. Se ganhar lá, serei campeão mundial, pelo que esse é o meu objectivo.”

Dave Hubbard, o campeão anunciado

No Dropknee, o havaiano Dave Hubbard confirmou o amplo favoritismo que reunia à partida para esta etapa, vencendo a meia-final com o ex-campeão mundial César Bauer (Peru) e a final com o bodyboarder de Guadalupe, Martin Mouradian.

Na final, “Dubb” apresentou a exibição mais impressionante da prova de Dropknee, com uma onda de 10 (a nota mais alta da escala) e um 8,75. Mouradian respondeu com duas ondas boas (7,00 e 7,50) mas sem argumentos para um homem que conquistou hoje o seu oitavo (!) título mundial.

“Adoro competir em Sintra. Sou sempre muito bem recebido aqui e a competição foi exemplar. Vencer foi apenas a maneira perfeita de encerrar a minha participação este ano. Muito obrigado a Portugal!”


Fotografia: Pedro Patrício