O anúncio da semana passada, aquele que mencionava a revogação de contratos entre as partes no que diz respeito à organização do Circuito Nacional de Bodyboard Open (ver aqui), apanhou os bodyboarders totalmente desprevenidos. Foi tão inesperado que esse acabou mesmo por ser o assunto da semana, gerando mesmo comentários e discussões mais acesas. 

Nesse sentido, neste início de semana, decidimos apostar numa entrevista com Luís Miranda que, além de bodyboarder, de ter estado ligado à Aqua Carca, clube que se tem vindo a afirmar no desenvolvimento do Bodyboard, é também neste momento membro (não executivo e a título totalmente voluntário) da Direção da Federação Portuguesa de Surf. 

A forte ligação que tem à modalidade faz com que tenha como prioridade os temas ligados ao Bodyboard, tentando também fazer a ligação com os clubes e atletas numa lógica de comunicação transparente e de partilha de decisões. Para além do referido, o Luís é também casado com o Bodyboard na pessoa de Catarina Sousa, multicampeã e grande impulsionadora do Bodyboard Feminino, o que faz com que “as conversas à mesa” sejam quase sempre em torno do desporto das pranchas pequenas com pés de pato.

Na entrevista que se segue, Luís Miranda tenta, acima de tudo, explicar a posição da FPS sobre o tema do Circuito Nacional, mas também dar a sua visão das questões que pendem sobre a modalidade que tanto gostamos.


Com a recente revogação do protocolo existente entre a BboardTV e a Federação Portuguesa de Surf, ficámos também a saber, através do comunicado da FPS, que em breve será aberto “o processo relativo à organização do Circuito Nacional Bodyboard Open com o envio dos Cadernos de Encargos”. Significa isto que a atribuição de provas e a sua consequente realização volta para as mãos dos clubes?

Luís Miranda: A FPS, conforme já comunicado, foi confrontada há poucos dias com uma decisão unilateral pela BboardTV de não renovação do protocolo para a organização do circuito nacional. Não posso dizer que tenha sido uma situação totalmente inesperada, mas, tanto a título institucional como pessoal, lamento mesmo muito este desfecho depois de vários esforços (e muitas horas de garantias e tentativas de entendimento) para que este projeto de 4 anos pudesse ter seguimento. Infelizmente, dados os timings e as condições que estavam “em cima da mesa” por parte da BBoardTV, tal não foi possível. É realmente uma pena que tenha acontecido desta forma…

Chegados a este ponto, o que a FPS irá fazer em primeiro lugar é apresentar, nos próximos dias, os Cadernos de Encargos para a organização do Circuito Nacional Bodyboard Open (CNBBO). A exemplo do que já sucede noutras modalidades (e também no Bodyboard) está previsto que as candidaturas possam ser feitas para a organização total do circuito ou prova a prova. Os clubes são os associados da FPS e, portanto, na primeira linha, os parceiros naturais para a organização das provas do Quadro Competitivo Nacional embora num modelo etapa a etapa.

Nesta altura do ano em que muitas entidades já têm os seus orçamentos e planos de atividades para 2024 praticamente fechados, é mais complicado garantir condições para pôr de pé uma prova do Circuito Open, mas acreditamos que existe interesse de alguns clubes em continuar a desenvolver o Bodyboard e que, trabalhando em conjunto, será possível garantir um circuito com 4 etapas no próximo ano. 

Não está excluída a hipótese de existência de uma entidade (empresa ou associação) interessada em organizar a totalidade do circuito, mas, com o pouco tempo que existe, é um cenário bem menos provável. O cenário está muito longe de ser o ideal, mas é com esta realidade que teremos de trabalhar…

“(…) acreditamos que existe interesse de alguns clubes em continuar a desenvolver o Bodyboard e que, trabalhando em conjunto, será possível garantir um circuito com 4 etapas no próximo ano”

Na prática, o que muda no circuito com esta mudança?

LM: A ideia base da Direção da FPS é que, desportivamente, não existam alterações na competição em relação a 2023, reduzindo apenas o número de etapas de 5 para 4 (algo que já estava previsto no protocolo cessante). Obviamente que o número de etapas depende das candidaturas que venham a ser apresentadas, mas é esse o plano em que está a ser trabalhado.

A maior mudança que se prevê, é a dificuldade na obtenção de um “naming sponsor” para o circuito, pois a BBoardTV detinha em exclusivo os direitos de exploração comercial do circuito e consequentemente o contacto e negociação direta com patrocinadores, o que significa que qualquer eventual processo de patrocínio começará agora “do zero” e sem hipótese ética dos anteriores patrocinadores serem contactados. Nesta fase de lançamento dos Cadernos de Encargos, todas as opções estarão em aberto, mas, de forma muito realista, este será um ponto difícil de preencher na totalidade.

Outra mudança previsível, até pelos custos que implica (custos esses que muito provavelmente estiveram na base da insustentabilidade financeira do modelo de circuito cessante), é deixar de ser possível garantir o live streaming integral das etapas. Seria interessante manter esse serviço, mas a FPS não pode obrigar qualquer organizador a suportá-lo e, portanto, não constará nos requisitos de organização ficando, para já, ao critério de cada organizador.

Os valores de prize-money manter-se-ão para 2024 (em 2023 as etapas do CNBBO tiveram redução de prize-money para o mínimo aceite no Livro de Regras), será também feito um esforço junto dos organizadores para que existam condições mínimas para os atletas (alguns clubes têm, por norma, nas suas provas tendas para atletas, águas, alimentação e fruta) e continuará a ser assegurado o sistema vagas garantidas para os melhores atletas do ano anterior tanto do circuito Open como dos circuitos Esperanças Sub-16 e Sub-18.

Montar um circuito adequado num tão curto espaço de tempo será certamente um desafio, mas, tanto com “marés favoráveis” ou “marés mais adversas” (ou se preferirem “vacas gordas” ou “vacas magras”), é essa a obrigação da FPS. 

A posição da FPS é a que referi acima e tudo será feito para que ela se concretize, mas se me permitem, e apenas enquanto amante de Bodyboard e a título pessoal, depois de ter assistido a vários anos de competição do CNBBO, tenho a convicção de que o desporto e o espetáculo seriam beneficiados com a redução do número de atletas em prova, criando competitividade mais próxima e dando mais tempo para a escolha das melhores condições dentro do período de um fim de semana. Infelizmente, pela pressão de tempo por estarmos já no final do ano, torna-se difícil ter estas discussões mais estruturais com o desenvolvimento do Bodyboard em mente, mas parece-me que seria algo importante para a modalidade e irei fazer para exista esse espaço de discussão.

“Outra mudança previsível, até pelos custos que implica, é deixar de ser possível garantir o live streaming integral das etapa”

Nos últimos anos, com o circuito entregue a uma só entidade, criou-se uma certa homogeneidade, quer a nível de comunicação, imagem e até de infraestruturas. Não temem que isto se evapore?

LM: A imagem de um circuito com um “naming sponsor”, especialmente de uma marca com a força e credibilidade como o Crédito Agrícola, que apostou consistentemente no circuito e na modalidade, é algo que, a perder-se, tem um peso significativo no valor e a na perceção da qualidade de uma competição e tem tido um efeito muito positivo no Bodyboard nacional.

Este patrocínio constituiu, sem sombra de dúvida, uma enorme mais-valia em termos de comunicação e imagem e, sendo bem trabalhado ao longo do tempo, deu ao Bodyboard um fulgor que estava desaparecido há alguns anos. A concretizar-se a saída deste patrocinador, ficará um vazio de imagem que, sem uma marca que entre no seu lugar, certamente tem impacto na comunicação do CNBBO.

Com a situação atual terá de se trabalhar para encontrar marcas ou parceiros que consigam colmatar essa falta e caberá à FPS, que neste momento carece de estrutura, recursos e expertise, tentar assegurar uma linha de comunicação consistente que valorize o CNBBO e o Bodyboard.

Não tenho quaisquer dúvidas que este é o maior desafio que todos os envolvidos terão pela frente e por isso, como disse antes, lamento que não se tivesse conseguido chegar a um entendimento que evitasse este impacto francamente negativo.

Podemos também, enquanto instituição e enquanto pessoas ligadas ao desporto, aprender algumas lições da situação atual e refletir sobre a forma como gerimos o nosso produto e os nossos apoios/patrocinadores. Existe nos próximos dias/semanas uma oportunidade de refletir e reorganizar que será crucial para o futuro do Bodyboard nacional. A minha dúvida neste momento é: será que os bodyboarders se vão preocupar e contribuir para a construção?

“Existe nos próximos dias/semanas uma oportunidade de refletir e reorganizar que será crucial para o futuro do Bodyboard nacional”

A temporada 2023 foi composta de 5 etapas. Manter esse número é o objetivo ou poderemos ver este número aumentar/diminuir? 

LM: Como já referido, o número de etapas dependerá sempre das candidaturas que vierem a ser apresentadas, mas o objetivo da Direção da FPS é manter um circuito de 4 etapas (as 5 etapas de 2023 foram uma exceção). A experiência diz que este é o número adequado de etapas e seria importante trabalhar na otimização de recursos e infraestruturas com outras provas (internacionais, de esperanças ou até de outras modalidades) para tornar o circuito mais sustentável e mais atrativo para as entidades que nele apostam.

A organização dos calendários, o número de provas, a possibilidade de existirem provas conjuntas com a categoria Master ou exclusivamente femininas/masculinas (em conjunto com o Esperanças, por exemplo) são tudo ideias que já fui “ouvindo na praia” e que, pelo que conheço da realidade do Bodyboard português, me parecem fazer sentido.

No entanto, estamos aqui perante três posições distintas: a posição institucional da FPS, que visa assegurar um Quadro Competitivo Nacional estável e atribuição de títulos nacionais desportivamente válidos com o mínimo de disrupção possível e singularidade em relação às outras modalidades (fatores que trazem risco e muitas horas acrescidas de trabalho); a minha posição, de membro da Direção e apaixonado da modalidade, que gostaria de ver algumas alterações implementadas (muitas delas são sobretudo convicções pessoais baseadas na experiência de outros desportos), mas que sou apenas um único indivíduo/voto e sem a certeza de que tenho a representatividade dos bodyboarders; e a posição dos bodyboarders que, por motivos que não consigo bem compreender, ficam sempre à espera “que a Federação decida” ou do “que a Federação vai fazer”. Não se organizam, não tentam chegar a entendimentos, não apresentam propostas conjuntas e limitam-se a aguardar pelos acontecimentos ou decisões. 

Quero com isto dizer o quê? Que a decisão de quantas e como deveriam ser as etapas, deveria ser dos clubes e dos atletas que, de uma forma organizada e sustentada (a FPS não tem condições financeiras para financiar “a fundo perdido” circuitos sénior/open) e rapidamente, deveriam propor esses modelos à FPS para que possam ser analisados e discutidos. Caso tal não aconteça, será como descrevi, desde que exista disponibilidade/resposta aos Cadernos de Encargos que estão a ser ultimados.

“(…) esse investimento estava a surtir um efeito tremendo, mas a realidade é inversa, com um número de visualizações estagnado e vagas de competidores nas provas a ficarem, infelizmente, vazios em várias das etapas realizadas”

Qual a ideia para o prize-money num ano que se adivinha difícil economicamente?

LM: O CNBBO é uma prova que, pelo seu regulamento atual, deve ter prize-money. Nos Cadernos de Encargos a FPS irá prever um prize-money mínimo por etapa de 1.500€, tal como sucedeu em 2023. Seria excelente que este pudesse ser aumentado para os valores que teve em anos anteriores (e que foram reduzidos pelo organizador para assegurar a sustentabilidade financeira do projeto), mas isso implicaria um compromisso acrescido para os potenciais organizadores num ano que se antecipa difícil em termos económicos, com um prazo muito curto de decisão e sem que exista qualquer garantia de patrocínio que possa ajudar a suportar esse encargo.

A título pessoal e com mais prioridade do que discutir subidas de prize-money para competições nacionais onde o que deve imperar é o gosto pela competição e pela superação, gostava muito de, e porque infelizmente no Bodyboard não existem competições de seleções, trabalhar com eventuais patrocinadores para a constituição de uma “Bolsa Revelação” para apoio dos melhores atletas nacionais (baseado, obviamente, nos resultados das competições nacionais) no acesso a competições internacionais de Bodyboard. Parece-me ser uma forma importante de apoiar a modalidade e de potenciar a obtenção de resultados internacionais relevantes, mas carece de condições para encontrar os devidos apoios externos dedicados exclusivamente ao Bodyboard.  

“Seria excelente que o prize-money pudesse ser aumentado para os valores que teve em anos anteriores, mas isso implicaria um compromisso acrescido para os potenciais organizadores”

Para terminar, como olha a FPS, no seu todo, para o Bodyboard? Isto é, como analisam a sua evolução e perspetivam o futuro?

LM: A FPS olha institucionalmente para o Bodyboard com um misto de emoções baseadas na realidade da modalidade. Por um lado, o Bodyboard tem trazido para Portugal vários títulos de relevância internacional, é uma modalidade com muita tradição dentro da FPS com vários clubes e dirigentes de referência que são bodyboarders, e é provavelmente a forma mais acessível (e digo eu, mais divertida) de introduzir qualquer pessoa aos desportos de ondas. Por outro lado, não existe um “Governing Body” estável da modalidade que dite as regras e estratégia do Bodyboard a nível internacional, o número de competições internacionais tem vindo a diminuir e, infelizmente, o número de federados tem vindo ligeiramente a cair (em 2023 os federados de Bodyboard são menos 8% que em 2022 e são cerca de 14% do universo total de federados da FPS), com uma pirâmide etária muito invertida (58% dos federados de Bodyboard têm mais de 21 anos) e uma paridade de género baixa (apenas 27% são mulheres).

No que respeita à nossa competição de topo, houve no CNBBO um bom trabalho de promoção e uma aposta muito forte na imagem, mas, por muito que gostasse de dizer esse investimento (pelo que sei, muito baseado na tesouraria da BboardTV e que a FPS não tinha condições de acompanhar) estava a surtir um efeito tremendo, a realidade é inversa, com um número de visualizações estagnado e vagas de competidores nas provas a ficarem, infelizmente, vazios em várias das etapas realizadas.

Na competição de Esperanças, e depois de testado um modelo que tinha surtido um efeito multiplicador no Surf (modelo de Regionais) mas que não conseguiu ter os mesmos resultados no Bodyboard (e será revertido), os números de federados jovens não aumentam e, consequentemente, a competitividade perde qualidade.

“(…) acreditamos que existe interesse de alguns clubes em continuar a desenvolver o Bodyboard e que, trabalhando em conjunto, será possível garantir um circuito”

Embora existam alguns clubes de referência de Bodyboard em Portugal, o seu número é reduzido (61% dos federados são de 5 clubes) e funcionam com base na “força motriz” de uma ou duas pessoas que “quem anda na praia” consegue facilmente identificar. Precisamos de encontrar formas de multiplicar estes bons exemplos de Norte a Sul para que a modalidade volte a ter uma expressão nacional e uma massa critica de praticantes.

A Direção da FPS tem claro que a aposta no Bodyboard tem de ser feita na formação de jovens praticantes e é neste quadrante que está disponível para investir os seus escassos recursos. O programa de batismos (que apoia os clubes na angariação de novos praticantes) tem sido lançado todos os anos, irá ser revertido a pedido dos clubes o modelo de Regionais, e continuar-se-á a manter a organização de Circuito Esperanças de forma autónoma (noutras modalidades o circuito Júnior funciona dentro do circuito Sénior). Conto que possam ser anunciadas em breve algumas medidas para estímulo de competições de cariz local lideradas pelos clubes, mas isso está também dependente do esforço e do modelo das competições de 2024.

Embora estas medidas sejam francamente positivas, pessoalmente gostaria de ter o apoio e a contribuição dos clubes para a criação de modelos de competição mais estimulantes para os bodyboarders mais novos e implementar ideias inovadoras (venham de que fonte vierem, idealmente dos atletas) com vista àquilo que entendo serem os pilares de potencial crescimento do Bodyboard: a facilidade de acesso, a simplicidade e a diferenciação do Surf.

Como nota sobre o capítulo internacional, a FPS continua a defender junto da European Surfing Federation (ESF) a transição do título europeu (associado às competições de seleções) para o circuito ETB, o que facilitaria o acesso dos jovens bodyboarders portugueses com bons resultados nesse circuito ao programa de alto rendimento. Julgo que o presidente da FPS, João Aranha, também membro da Direção da ESF, terá boas notícias em breve sobre este tema.

“(…) não existe um “Governing Body” estável da modalidade que dite as regras e estratégia do Bodyboard a nível internacional, o número de competições internacionais tem vindo a diminuir e, infelizmente, o número de federados tem vindo ligeiramente a cair”

Na perspetiva de uma federação que tutela várias modalidades, a Direção da FPS sempre defendeu (estando, inclusive, previsto nos estatutos da FPS) que seria importante existir um interlocutor institucional da modalidade em Portugal. Uma entidade organizada, democraticamente eleita e que represente os vários interesses (atletas, treinadores, clubes) é certamente uma mais-valia para a promoção e desenvolvimento do desporto. Na FPS, podemos citar como exemplar o caso da Associação Nacional de Surfistas (ANS). A colaboração institucional existente (não isenta de debate e negociação entre as partes) permite criar condições não apenas para a boa organização do Circuito Nacional, mas também para a promoção da modalidade em complemento à ação da FPS.

Da minha parte fica lançado o desafio (e até a minha ajuda, se o entenderem) aos potenciais interessados para a (re)constituição de uma organização que represente e promova o Bodyboard em Portugal. Diria que é importante e necessária e não tem de ser tida como contrária à FPS, mas como complementar.

A Direção da FPS tem consciência da situação do Bodyboard tanto nacional como internacionalmente, opera responsavelmente dentro das limitações de recursos da FPS bem como das orientações de política desportiva do IPDJ e do COP (Comité Olímpico de Portugal), e tem com objetivo promover as várias modalidades que tutela. Com esses constrangimentos nem sempre as decisões podem agradar a todos, mas posso assegurar, são tomadas de boa fé e numa perspetiva de sustentabilidade e equidade de todas as modalidades.

É também certo que será preciso, em breve, decidir sobre novas visões, novas estratégias e novas pessoas para dirigirem a FPS e, não tenho dúvidas que esse poderá ser um momento importante para a FPS bem como para o Bodyboard e gostaria de ver que pessoas e ideias surgirão.

Da minha parte continuo apostado a trabalhar em prol desta modalidade. Peço, em meu nome e em nome da FPS, a todos aqueles que gostam deste desporto que participem ativamente nos fóruns adequados (não me refiro às redes sociais), que apresentem as suas propostas e que continuem a trabalhar, em conjunto com a FPS, no desenvolvimento do Bodyboard.

Boas ondas para todos!


Fotos de CNBBCA / BBoardTV