Terminou no passado domingo o Sagres Surf Culture 2015. Tendo como palco principal o memmo Baleeira Hotel, e como cenário a idílica paisagem de Sagres e do Parque Natural da Costa Vicentina, durante os três dias do evento realizaram-se exposições, palestras e conversas. Um evento marcado pelo espírito de partilha que tem acompanhado o Sagres Surf Culture desde a primeira edição, e que se cruza com o conhecimento dos convidados e com o contributo criativo dos artistas presentes para gerar uma experiência única no panorama do surf nacional.
Depois da sessão de abertura e da inauguração da exposição colectiva, o primeiro dia do Sagres Surf Culture foi dedicado à exibição do filme “The Old, The Young & The Sea”. Andreas Jaritz, o realizador do documentário, esteve presente para um primeiro contacto com o público numa noite que se prolongou no Warung Bar.
Sábado foi um dia dedicado às palestras, com três painéis de convidados. No primeiro intervieram Henrique Balsemão, que descreveu o seu percurso como jornalista, produtor de televisão e organizador de eventos, apresentou o seu trabalho recente no Monte Velho Eco Resort e levantou questões relativas à sustentabilidade na região da Costa Vicentina. Já o viajante, escritor e fotógrafo Bruno Garrudo apresentou o seu aclamado livro “Deambulações”, sublinhando também questões ligadas à sustentabilidade suscitadas pelas viagens que originaram o seu livro.
O segundo painel do dia foi dedicado ao design e contou com Pedro Carvalho de Almeida numa palestra sob o tema “Design, identidade e memória no contexto da diversidade cultural”. Partindo do contexto da globalização e da uniformização da identidade visual das marcas, Pedro descreveu um processo de trabalho que reforça o valor dos arquivos para as organizações e os designers enquanto ferramenta generativa de conteúdos. Através da articulação entre o design e a investigação etnográfica, propõe uma abordagem para o resgate e preservação da autenticidade de identidades locais. O segundo orador do painel, Mário Feliciano, viajou pelo seu portefólio inspirado pelo mote “Surf, Letras e Rock ´N´ Roll”, descrevendo o processo de criação dos seus famosos tipos de letra. “It’s only typography but I like it”, tal como gostou o público.
João de Macedo e Andreas Jaritz encerraram o dia de palestras. Macedo levantou questões relacionadas com o valor das ondas, as reservas mundiais de surf e a cultura do oceano, no contexto dos recursos costeiros, sustentabilidade e gestão da costa. Já o realizador austríaco viajou com o público pelo making-of do seu filme “The Old, The Young & The Sea” e deslindou alguns projectos para o futuro. O dia encerrou com uma grande noite de festa no Warung Bar, com um concerto acústico dos We Bless This Mess.
O Sagres Surf Culture 2015 fechou no domingo com uma conversa no jardim do hotel com o público e alguns dos artistas expositores: Pedro Duarte Jorge, Lizzy, Nuno Lorena, João Viegas, Filippo Fiumani, Karo Krassel e Uwe Kluba. Destaque ainda para o Heartmade EyeweART Project, da Laveta, que trouxe ao evento uma mostra original com o trabalho de alguns dos artistas participantes nas quatro edições do evento. Mário Belém, Miguel RAM, João Rei, Gonçalo Mar, André Leal, Gemeniano Cruz e Lizzy foram os artistas que participaram nesta exposição original com os óculos da marca andaluz.
O Sagres Surf Culture 2015 foi organizado por João Rei (Surfactory Design Studio) e pela Câmara Municipal de Vila do Bispo e teve o patrocínio logístico do memmo Baleeira Hotel. Teve ainda o patrocínio da Vans, Rhythm, Nixon e RVCA. Teve, como parceiros, Lars Jansen, Onírica, BF, DOP, Imagem Pública, Monobloco, LCPA, Posca, Warung, RetroSailor, Laveta. A ETIC Algarve foi a Escola Oficial do evento. Os media partners foram a SURFPortugal, Zero Emag, Stick2Target, Staf Magazine, Fuel TV, Vert Magazine e Puro Feeling.
Fotografia: Lars Jansen