Com o encerramento do Frontón King as contas finais do ranking mundial são finalmente conhecidas. Não há atletas portugueses entre os melhores 30 na categoria masculina. Sinais dos tempos. As principais causas, diz-se, passam por vários aspetos, nomeadamente, a falta de apoios (atletas sem sponsors), a pouco fiabilidade da própria APB e o afastamento de vários competidores das competições por opção própria (leia-se, que não desejam simplesmente participar no tour). 

Desta forma, contrariamente ao verificado nos últimos dois anos em que Tó Cardoso e Dino Carmo terminaram a época dentro do top 16, não há atletas portugueses no top 30 mundial. Miguel Ferreira foi quem ficou mais perto este ano, tendo terminado em 38.º lugar. 

Ainda de notar, entre o masculino, que nos últimos três anos os campeões foram sempre sul-africanos (2017 Iain Campbell, 2018 Jared Houston, 2019 Tristan Roberts), uma dinastia que começa a mostrar a força e o talento do Bodyboard “Saffa”. 

O top 30 é diversificado, no que a nações diz respeito, e tem no Chile e no Brasil a sua maior representação (6 elementos cada). Austrália (4), Havai (4), África do Sul (3), Marrocos (1) e Ilha de Páscoa (1) também estão presentes. Três atletas franceses e dois canários compõem o quinteto europeu presente nesta lista. 

Pierre-Louis Costes não venceu o circuito, mas foi o atleta mais bem sucedido ao longo do ano, vencendo três etapas (Pipeline 3*, Arica WGS e Kiama WGS). Por sua vez, Tristan Roberts, o novo campeão, venceu duas – Itacoatiara WGS e Frontón WGS. Sammy Morretino, que esteve na corrida ao título até à derradeira etapa, venceu a prova de Antofagasta WGS que foi a que apresentou a premiação mais alta da temporada (50 mil dólares). 

No feminino as quatro etapas que compuseram o circuito este ano conheceram vencedoras diferentes. Em Iquique venceu Anais Velis (Chile), em Antofagasta levantou o troféu Ayaka Suzuki (Japão), em Sintra a campeã foi Sari Ohhara (Japão) e no Frontón a grande vencedora foi Alexandra Rinder (Canárias). Alexandra que, convém realçar, apesar da época tremida, terminou em terceiro lugar no ranking mundial (nos últimos seis anos esteve sempre dentro do top 3). 

Entre as dez primeiras classificadas é de destacar o sétimo lugar de Joana Schenker, uma vez mais a melhor portuguesa em ação na APB Tour. Depois, Madalena Valério, em 11.º lugar, Teresa Padrela (13.º), Teresa Almeida (14.º) e Mariana Rosa (17.º) fecham as contas lusas no top 20 e mostram que o bodyboard feminino está bem vivo por cá. 

Além de Tristan Roberts e Sari Ohhara, que venceram as categorias masculino e feminino, respetivamente, os outros campeões do ano que não devemos esquecer são o havaiano Sammy Morretino, em Dropknee, e o francês Nicolas Capony, em Pro Junior

Ainda não se sabe quem preencherá o lugar de Alex Leon, que se afastou do cargo de CEO da Associação dos Bodyboarders Profissionais há dias, mas aguardamos por mais novidades. Esperamos sinceramente que o desporto tenha um líder à sua altura e contamos conhecer as datas do novo circuito em breve. 

Uma coisa é certa, 2020 adivinha-se bem desafiante – em todos os aspetos.


Nota: Para o ranking feminino contaram os melhores 3 resultados, enquanto no masculino contaram os 3 melhores WGS e o melhor QEST.