“Sal nas Nalgas” é uma rubrica de Rodrigo Bessone no Facebook. Se preferirem, um simples registo diário do pentacampeão nacional de bodyboard nas redes sociais onde este aproveita para alertar, brincar, criticar e publicar simplesmente alguma sátira no que diz respeito essencialmente a eventos e episódios do Surf/Bodyboard nacional.  Sem papas na língua, o bodyboarder de 44 anos deu-nos algumas respostas e o parecer sobre o estado do bodyboard. 

O Sal nas Nalgas, que iniciaste há tempos, é uma espécie de rubrica satírica diária que vais empreendendo pelo Facebook. Por que não uma página? Quando assumes algo mais sério nesse sentido?
O “Sal nas Nalgas” apareceu como um pouco de sátira ao início para gozar com os muitos sais que havia por aí espalhados em tudo o que era eventos, mas depois tornou-se a exposição diária do meu surf através de fotos publicadas no Facebook da minha página pessoal. Já pensei em fazer uma página, mas não o vou fazer. O que vou fazer são umas t-shirts porque já há muita malta a querer.

O bodyboard parece estar a reacender pela Costa de Caparica, pelo menos competitivamente. Durante anos não houve campeonatos, mas para esta temporada foram anunciados dois circuitos distintos que mereceram a tua atenção. Que tens a dizer sobre isso? 
O bodyboard na Caparica tem atualmente dois circuitos e isso é bom, porque não havia nada. RBVert1Por outro lado estou muito triste com o meu clube de sempre, o Caparica Surfing Clube, porque abandonou o bodyboard mesmo tendo eu pedido durante anos para se fazer alguma coisa da modalidade. Foi então que falei com Miguel Gomes, da ASCC, para se fazer alguma coisa de bodyboard este ano. O Miguel mostrou interesse, mas referiu que alguém tinha que tomar conta disso. O que se passou a seguir, que vem acontecendo há muito na Caparica, foi uma guerra de clubes que em nada ajuda as modalidades. Por esse motivo, estou pelo clube que abriu as portas novamente para fazer algo pelo bodyboard na Caparica. Quanto ao aparecimento de outro circuito por parte do Caparica Surfing Clube, foi algo que eu nunca esperei e ainda por cima com uma pessoa que, à partida, estava na ASCC. Como não gostei da forma como o processo foi concluído, irei estar de costas voltadas a este circuito pela primeira vez na minha vida de bodyboarder.
 
Confirmas então que vais competir no Circuito ASCC, ainda mais sabendo que é realizado em memória desse grande bodyboarder que dá pelo nome de Ricardo Horta?
Sim, confirmo que vou competir no Memorial Horta por uma questão de querer homenagear um grande amigo e um grande bodyboarder. Nada mais que isso.

De uma forma geral, nacional e internacionalmente, como analisas o estado do bodyboard?
Seja a nível nacional como internacional, está a passar uma fase muito difícil, mas a culpa é dos bodyboarders, principalmente a nível nacional que fizeram o que fizeram com a APB (Associação Portuguesa de Bodyboard) ao entregar o controlo total à FPS (Federação Portuguesa de Surf). Não foi para isso que foram eleitos corpos gerentes na APB.

Para terminar, quem são os bodyboarders da nova geração que têm a substância e o querer para daqui a uns tempos conquistar, por exemplo, cinco títulos nacionais, precisamente os mesmos que tu conquistaste entre 1988 e 1992? 
Conquistar cinco títulos nacionais consecutivos, ou seja, ser pentacampeão, vai ser uma tarefa difícil mas não impossível. Penso que existe uma boa nova geração a surgir, mas os campeões vão passar a ser variados, nada igual a mim ou ao Manuel Centeno que já leva oito títulos nacionais na sua carreira.


Fotografia: Miguel Nunes & Arquivo Pessoal